
Sabia que devia prestar atenção, mas não conseguia, os pensamentos, os devaneios eram mais fortes que sua força de vontade.
Olhava para todos os cantos, todos os lados, pensava como pode existir tantas pessoas iguais, sem personalidade, seres fúteis. Pensava também como se deixou e se deixa estar rodeada por essas... "velas que não queimam e não aquecem o que/quem está por perto".
Enquanto os pensamentos fluíam, cantarolava... não lembrava ao certo a música, sabia que falava sobre contos urbanos que rolavam por São Francisco, artistas fracassados e outras sobre o amor estar próximo. Será que ele realmente estava? Ai, ai... já estava cansada dessa vida de amores platônicos, queria mesmo era limpar a mente, nem que fosse por um dia, esquecer os problemas, a vida, tudo... seria satisfatório.
Escutava ao longe algo sobre a perestroika, mortes por envenenamento. Será que é esse seu destino!? Viver envenenada pelo amor e morrer ao descobrir que cada um deles é impossível!? Pensava seriamente em realizar um "perestroika amorosa" em sua vida, esquecer o que os outros pensariam e ir em busca daquele amor desconhecido que a consumia todas as segundas. Como seria bom viver aquele amor imaginário das 18:30hs.
De repente vinham a mente os amigos, seria ótimo tê-los agora, abraça-los e viver momentos felizes.
A vida tem sido tão dura... sentia o próprio Stalin dentro de seu coração, ordenando e comandando: "Se apaixone por esse, por aquele", não queria que a sua existência fosse uma mera "combinação simples", onde tudo era igual, não importava a ordem, queria mesmo é que ela fosse um "arranjo", onde poderia-se pelo menos viver coisas diferentes, momentos diferentes, com as mesmas pessoas especiais. Assim pensava... e lá se ia mais uma aula perdida nas lembranças de uma sonhadora.
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