
Hoje ela acorda deprimida, imersa no silêncio. Os olhos erram, distraídos e felizes, pela paisagem toda. Teve uma das noites mais perfeitas da sua vida. Mas... apesar da felicidade, a insegurança a abate, seu coração aperta, surgem borboletas no seu estômago. Os olhos, perderam-se nas estrelas e entre as mesmas estrelas, perderam-se as mãos, na ansiedade de tentar abraça-lo. Agora, ela sente-se só. No chuveiro, a água corrente faz lembrar a mão dele acariciando sua cabeça, seu pescoço. O vento frio da noite iguala-se àquela respiração forte e lenta, como se cada jato de ar a hipnotizasse. Definitivamente, não aguentava mais tanta ansiedade. "O que será que ele está pensando?" haa... como seria bom se pudesse penetrar nos mais íntimos pensamentos dele, conhecer a mais profunda ambição, o mais secreto segredo, o mais fervoroso amor. Só de lembrar o cheiro dele já sente vertigens e devaneia. Queria que aquela noite fosse eterna. Fica ansiosa, porque espera e tem pressa de alcança-lo, de prender todos os segundos com ele nos braços. Quer saborear todos os momentos, sem desperdiçar nenhuma gota, nem que tenha que lamber esses minutos que teimam em escoar das bordas do tempo. Assim vai deixando a ansiedade guardada no escuro, beija todos os sonhos com a boca anestesiada de ternura e espera com os olhos estampados no luar que aquela estrela distante a faça adormecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário