quinta-feira

E como sempre fora só...


Sempre fora só, por tudo o que lembrava. Nunca teve ambição amorosa e seus verdadeiros amores estavam nas pequenas coisas que vivia, nos pequenos objetos do seu quarto, nos diversos lugares da sua cidade, nos seus sonhos... Volta e meia a solidão visitava seu peito e com ela vinha a angustia, mas graças "às vassouras escondidas" do lado direito do seu coração, iam logo embora. E apesar da visita - às vezes - se prolongar, sempre foi feliz: "completava-se".
Triste o dia que apaixonou-se - sem saber como - por uma pessoa, e abandonou seus antigos amores. A mera ilusão que criara, cegava-lhe completamente.
Seus olhos se cruzaram. Novamente. Novamente. Novamente... e descobriu que coragem não era uma de suas virtudes. Mas, o amor acumulava-se, e já transbordava do seu pequeno coração.Vieram então as conversas, cartas... e só depois de muito tempo percebeu que o amor também era sofrimento. Foram inúmeras as tentativas de sanar a dor e cansado de andar em círculos, parou de repente e gargalhou alto. Era óbvio, a resposta -ironicamente- sempre esteve na caixa torácica. Acordou para a realidade. E ao olhar novamente para o "objeto" de seus sonhos, entristeceu-se, nunca tinha reparado: o que via era torto, torpe e sem salvação. Percebeu então que era melhor quando era platônico.
Apesar de tudo, aqueles foram momentos felizes da sua vida e de forma alguma nega que já foi apaixonado por aquele ser. Hoje,
agradece pelo calor, pelos sorrisos, pelos sonhos. E como sempre fora só, retomou seu caminho.

Um comentário:

Anônimo disse...

A mera ilusão que criara, cegava-lhe completamente.
...e descobriu que coragem não era uma de suas virtudes
Mas, o amor acumulava-se, e já transbordava do seu pequeno coração.


Isso é tão meu tão eu, que me faz doer a alma.